segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A gruta mais profunda do MUNDO - Krubera



Uma equipa internacional, organizada pela Associação Ucraniana de Espeleologia, penetra na gruta de Krubera – a mais profunda do mundo, com 2.080m abaixo do solo, nas montanhas do Cáucaso.

A maior galeria do Mundo


A maior gruta do mundo foi descoberta em 1980 na ilha do Bornéu, no sudeste Asiático. A gruta é suficientemente grande para conter 23 campos de futebol. A gruta era demasiadamente grande para poder ser iluminada pelas lanternas que traziam e demoravam doze horas a explorá-la em toda a sua extensão.
A gruta Sarawak tem 700 metros de comprimento e uma altura média de 300 metros. A altura do tecto vai dos 70 aos 120 metros. Uma das suas galerias subterrâneas tem mais de 75 quilómetros de comprimento. Muitas dessas grutas estão actualmente abertas ao público.
A ilha do Bornéu, situa-se na
Linha do Equador, pelo que a temperatura é, nesta ilha, sempre razoavelmente elevada. Durante milhões de anos, a água das chuvas infiltrou-se ao longo de uma enorme falha. Esta falha é de calcário, que é uma rocha macia. Uma vez que contém um ácido fraco a água da chuva dissolveu o calcário e formou grutas no interior da montanha.
Embora no interior da gruta seja escuro, úmido e frio, há criaturas que lá vivem, como
escorpiões venenosos, caranguejos semitransparentes, aranhas cegas e cobras brancas. Há colónias de morcegos que permanecem pendurados no tecto da gruta durante o dia e se afastam durante a noite para procurar comida. Também há andorinhas, que constróem os seus ninhos na gruta. No interior da gruta também podem ser encontradas centopéias perfeitamente adaptadas à vida no escuridão.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

O Elo perdido dos Morcegos






SUSANA SALVADOR
O elo perdido dos morcegos
Alimentava-se de insectos e tinha garras nos dedos
O que aconteceu primeiro? Os morcegos aprenderam a voar ou a usar a técnica da ecolocalização, que permite emitir e captar ultra-sons de forma a localizar as presas e orientar-se na escuridão absoluta? Segundo os cientistas que analisaram o mais antigo fóssil de morcego alguma vez descoberto, com 52,5 milhões de anos, em primeiro lugar conquistaram os céus. O Onychonycteris finneyi, cujos vestígios foram encontrados nas jazidas de Green River, no Wyoming, não possuía o "sonar" característicos das 1100 espécies de morcegos que existem actualmente e que representam 20% dos mamíferos.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Mensagens dos Escuteiros de Aljubarrota - TGV em Alcobaça NÃO - Sessão Ambiental

Carta do Grupo de Pioneiros dos Escuteiros de Aljubarrota


Exmos. Srs. Defensores da Passagem do TGV:
Dirigimo-nos a vós, não comos pessoas de grande relevância social ou outros quaisquer valores que caracterizam alguém poderoso, mas como humildes escuteiros que vivem pela regra da simplicidade, como se poderá verificar pelo conteúdo da carta.
Nós, Escuteiros de Aljubarrota, da IIIª Secção – Pioneiros fomos acampar para o Vale do Mogo, que achamos que é um exemplo único de Natureza, pois ali respira-se ar puro, convive-se com o meio natural e sentimo-nos bastante bem naquele ambiente. Propusemo-nos a reconstruir um parque de merendas ale existente, a construir uma ponte sobre a ribeira que, em anos de maior queda de água, ali corre.
Será uma pena se nós fossemos um dos últimos grupos a acampar neste magnífico lugar, onde já viveram os nossos antepassados e de onde são muitas as lendas contadas.Quando acabámos de reconstruir essa ponte e uma mesa, pensámos que seria uma pensa se um simples comboio destruísse toda a Natureza proveniente de varios milhões anos e todo o nosso esforço e preservação dos espaços ao ar livre.
Com esta simples carta apelamos que ouçam a voz de vários jovens preocupados com a protecção de um grande tesouro: A Natureza.
São já poucos na nossa região e, ate mesmo no nosso país, os locais onde podemos percorrer quilómetros de natureza pura, quase inalterada pela mão humana. Este local onde pernoitámos durante três noites é também um local de prática desportiva de BTT, pois foram muitos aqueles que por lá passaram, aproveitando o ar puro e apreciando as paisagens únicas que aquele vale lhes proporciona.
A todos aqueles que ouvirem ou lerem esta carta e que pensam em destruir o parque Natural da nossa região apelamos que reflictam bem, nos benefícios para o homem: será ar puro ou a poluição causada pela modernização?
Será mesmo necessário um TGV a atravessar uma parte do país com uns singelos 300 km de comprimento? Ou será preferível investir nas vias já existentes e na nossa ligação ao estrangeiro?
Obrigado pela atenção que nos dispensaram.

O Grupo de Pioneiros dos Escuteiros de Aljubarrota.

TGV em Alcobaça NÃO - Sessão Ambiental - Jornais Regionais


(Clique no Link acima para ver toda a noticia)

Orlando António e Gabriel Vaz, da Associação de Espeleologia de Alcobaça, alertaram para os riscos geológicos existentes num subsolo calcário, onde abundam as grutas e as cavidade e de onde brotam várias nascentes. Os espeleólogos deram como exemplo os diversos abatimentos existentes junto ao IC2, originando vários buracos, entre os quais um de oito metros de profundidade, que foi atulhado aquando das obras de requalificação da estrada, contra a opinião dos espeleólogos, que sugeriram o seu estudo.
Outro exemplo indicado foi o do Algar do Louro, que outrora sofreu um grande abatimento, não havendo qualquer garantia de que não possa vir a ocorrer novamente. Em risco poderá estar também a captação de água de Chiqueda, que actualmente serve mais de 40 mil habitantes do concelho de Alcobaça.
Os dois espeleólogos revelaram que descobriram uma gruta há cerca de dois ou três anos, pela qual desceram a uma profundidade de 90 metros, já muito perto do lençol freático, mostrando assim a instabilidade do subsolo. Por outro lado, referiram que a nascente do Poço Suão se encontra apenas a seis metros de profundidade, um indicador que deveria servir de alerta para os riscos de contaminação das águas subterrâneas pelo TGV. Por isso, Orlando António e Gabriel Vaz defendem a realização de um estudo do subsolo desta região, de forma a antecipar possíveis problemas com a passagem do comboio, mostrando-se desde já disponíveis para colaborar.

Mário Lopes

TGV em Alcobaça NÃO - Sessão Ambiental - Jornais Nacionais



http://jornal.publico.clix.pt/

Grutas em risco
13.02.2008, Amadeu Leal
A única voz concordante continua a ser a da representante do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, segundo a qual não há valores naturais em risco


O espeleólogo Orlando António centrou a sua intervenção no conhecimento das grutas e algares existentes na região. Tratando-se de uma zona de máxima infiltração, a água é posta em risco. Acrescenta ter descoberto grutas onde são visíveis abatimentos, como no Algar do Louro, junto ao IC2, que poderão acontecer noutros locais com a passagem do TGV. A colocação de pilares poderá provocar desastres ecológicos, porque afectarão directamente as águas, dada a existência abundante de água no subsolo.

a "Para quê o TGV?", foi a pergunta mais lançada no decorrer do colóquio/debate promovido pelos Amigos da Terra por Amor à Camisola (ATAC) que decorreu em Ataíja de Baixo, Alcobaça, uma das localidades que vai ser atravessada pelo comboio de alta velocidade (TGV).O debate centrou-se nas questões ligadas à preservação ambiental, em especial a área chamada Ribeira do Môgo, e na contestação do traçado do TGV. A única voz concordante foi a da representante do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros (PNSAC). Maria de Jesus Rodrigues afirmou que na região não existem valores que tenham a ver com a conservação da natureza e do ambiente que venham a ser afectados, pois, como disse, "os impactes reais serão sobre as pessoas". Daí o Parque ter dado parecer positivo para que o TGV passe no sopé da serra dos Candeeiros, tentando afastá-lo o mais possível das populações. Compareceram ao debate representantes da Associação para Defesa e Valorização do Património Cultural Arqueológico da Região de Alcobaça (Adepa), da Associação de Defesa do Vale da Ribeira do Môgo, representantes da Oikos e Quercus, para além de um engenheiro ambiental estudioso do projecto, espeleólogos e historiadores. Na assistência, o presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós e presidentes das juntas de freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota. De Pombal chegou uma delegação, a braços com problemas semelhantes.Pela Quercus, José Gaspar respondeu à representante do PNSAC para sustentar a necessidade de defesa da Ribeira do Môgo, área de grande riqueza patrimonial e ambiental. Carlos Mendonça, da Adepa, manifestou-se contra o atraso na classificação deste mesmo espaço. "Se tal tivesse acontecido, hoje evitar-se-ia a sua destruição", afirmou. Para Valdemar Rodrigues, engenheiro ambiental, que trabalhou algum tempo na Rave, o traçado do TGV é mais um canal aberto entre Lisboa e Porto. "Um canal que vai rasgar o território, fragmentando ecossistemas, dividir famílias, e hipotecar o país." As suas críticas vão para a forma como a Directiva europeia 2001/42/CE, referente à avaliação ambiental estratégica (AAE), foi transposta para o direito nacional. Na União Europeia entrou em vigor em Julho de 2004 e em Portugal em Junho de 2007. Citando o âmbito da sua aplicação, disse que em casos como a introdução do TGV deveria ter sido efectuada uma avaliação ambiental de todos os planos e programas que tenham sido preparados para a agricultura, silvicultura, pescas, energia, indústria, transportes, gestão de resíduos, das águas, telecomunicações, turismo, ordenamento urbano e rural ou utilização dos solos. Acrescenta que a AAE visa prevenir que determinadas decisões a nível político não sejam tomadas sem a consideração prévia dos aspectos ambientais, como o caso da introdução do TGV. Ora, disse Valdemar Rodrigues, o estudo feito não cumpriu o espírito da directiva , não tendo sido sequer objecto de consulta pública, como teria sido obrigatório, caso a legislação europeia tivesse sido cumprida.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

TGV em Alcobaça NÃO - Ataija de Baixo - Sessão Ambiental - 09/02/2008


O NEALC foi convidado pela associação A.T.A.C. (Amigos da Terra por Amor a Camisola) como orador na sessão de esclarecimento ambiental sobre o polémico traçado do TGV.

Temas abordados:
Os nossos solos, aquíferos, fauna, arqueologia, antropologia, geologia, historia, entre outros.
Convidados:
ADEPA : Associação para a Defesa e Valorização do Patrimonio Cultural Arqueologico da Região de Alcobaça. - Dr. Carlos Mendonça
Eng. Ambiental: Valdemar Rodrigues
Eng. Florestal: Ricardo Moreira
Prof. Historia: António Maduro
NEALC: Núcleo de Espeleólogia de Alcobaça - Espeleólogos: Orlando António e Gabriel Vaz
OIKOS: Associação de Defesa do Ambiente
QUERCUS: Associação Natural da Conservação da Natureza - Dr. José António Gaspar
PNSAC: Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros - Dra. Maria de Jesus Fernandes

O NEALC na sessão ambiental, começou por apresentar qual o objectivo da associação e o trabalho já efectuado pelos espeleólogos do NEALC, na região de Alcobaça desde 2005.

De seguida passou a explicar as suas descobertas e qual o perigo para este tipo de construções em zonas sensíveis como as regiões cársicas, nomeadamente quando estão em risco grutas de carácter especial, como é o caso do Algar Do Louro, e de facto, por várias razões, a nossa maior preocupação prende-se nesta cavidade.
A linha do TGV passa apenas a 300m do Algar.

Excertos do Documento da Sessão Ambiental apresentado pelo Presidente da Direcção do NEALC:

As grutas são um importante meio de transporte de água, água que nos bebemos das nossas torneiras todos os dias.
No vale do Mogo (Chiqueda) existe as nascentes do Rio Alcôa, este rio é abastecido por ribeiras subterrâneas, esta água faz-se transportar até a nascente por canais subterrâneos que são simplesmente as grutas.


Em 2005 descobriu-se novas nascentes no Vale Mogo, através de desobstruções, após estas descobertas, foi possível efectuar mergulhos subterrâneos na tentativa de entrar para zonas mais profundas das cavidades submersas.
A nascente “Poço Suão” (a mais importante do sistema do Rio Alcôa) esta neste momento a ser alvo de desobstruções por parte do NEALC na tentativa de se conseguir explorar as galerias submersas, recorrendo a técnicas de mergulho subterrâneo, espeleomergulho, esta é uma técnica de exploração avançada a qual recorremos para continuar a descobrir redes de galerias subterrâneas, na tentativa de calcular a dimensão dos “depósitos” de armazenagem de água.


O traçado:

O traçado do TGV como está neste momento idealizado para o concelho de Alcobaça, irá afectar importantíssimos valores patrimoniais: ambientais, culturais e históricos desta região.

Em termos de estruturas espeleologicas irão ser afectadas um sem número de cavidades demasiado importantes, cavidades estas, que se desenvolvem em grandes “vazios” servindo de reservatórios e de canais subterrâneos para transporte de água até às nascentes do sistema do Rio Alcôa.
Em termos de morfologia cársica muitos fenómenos estão neste momento a acontecer, existe o perigo real de abatimentos do solo, não sabemos efectivamente a que profundidade isso possa acontecer, mas está a acontecer. Temos em nosso poder, registos de alguns abatimentos que ocorreram a pouco mais de um ano, salientamos o abatimento que aconteceu junto ao IC2, este sumidor tem uma profundidade de 8 metros e uma diáclase (fenda) que se estende para baixo da estrada IC2 com cerca de 1 metro de largura, não sabemos a sua real extensão porque foi entulhada pela entidade responsável da via de tráfego (IEP) Instituto das Estradas de Portugal.

Na realização desta infra-estrutura as cavidades terão de ser preenchidas (entulhadas), caso venha a surgir na altura das obras de fundação alguma gruta que ainda não esteja a descoberto, o que provavelmente venha a acontecer. Esta situação é preocupante para a hidrogeologico local, para além disto esta estrutura poderá ser construída em cima de “vazios” desconhecidos, como o caso das depressões cársicas, designadas de “Dolinas”, que poderão ceder, originando assim um abatimento dos estratos calcários.
Como exemplo claro, temos aqui presente o caso do Algar do Louro que foi afectado por este fenómeno, o Algar fica entre Casal do Rei e Lagoa do Cão, situado a cerca de 300m do traçado. Este abatimento, sabemos que aconteceu a muitos anos, mas esta zona tem imensas Dolinas e o subsolo está em constante mudança morfológica, existe efectivamente o perigo real de abatimento. As Dolinas são importantes estruturas de infiltração das águas que correm para o subsolo e que por sua vez, a água, encontra canais de ligação com as nascentes, que são as nossas grutas.

Está efectivamente em perigo a qualidade ambiental destas cavidades e todo o seu meio envolvente, e em especial a qualidade da água, que é fonte de abastecimento à população. A captação da água de Chiqueda abastece mais de 40.000 habitantes deste concelho.

As grutas são os canos do nosso planeta, são património ambiental importantíssimo, apesar da sua robustez é de uma fragilidade enorme o seu ecossistema natural, uma vez poluídas jamais se conseguirá recuperar.
As serras de Aire e Candeeiros tem a maior reserva de água doce do país, há que preservar este recurso.
As regiões calcárias são zonas riquíssimas em reservatórios naturais de água doce, do qual devemos ter especial cuidado, temos a obrigação de proteger e preservar.
As grutas constituem locais de excepcional interesse geológico e hidrogeológico e têm valor universal do ponto de vista científico, didáctico e patrimonial, pois constituem relevantes vestígios das constantes mudanças do nosso planeta.
As grutas são a oitava maravilha do mundo. Não podemos atentar contra este património natural, património que é de todos e que se manterá por muitos milhares de anos se nós não o perturbarmos.
Á água doce é de uma importância vital a nossa vida, se a poluirmos teremos graves problemas.